Itararé, Cidade de Artistas - O Rock Aqui é Rota Sul

Itararé, Cidade de Artistas - O Rock Aqui é Rota Sul
Só os imbecis são felizes (Silas Correa Leite, in, Provocações, TV Cultura)

DECLAMAR POEMAS - Silas Correa Leite de Santa Itararé das Artes


Declamar Poemas

Não gosto de decorar poemas
Prefiro falar poemas com um livro na mão
O livro é meu instrumento musical.
(Solivan Brugnara)

Para Regina Benitez

Não fui feito para declamar poemas
Ter timbre, empostar a voz, tempo cênico
E ainda dar tom gutural em tristices letrais.

Não fui feito para decorar poemas
Malemal os crio e os pincho fora
Pro poema saber mesmo quem é que manda.

Não fui feito para teatralizar poemas
Mal os entalho e deixo que singrem
Horizontes nunca dantes naves/gados.

Não fui feito para perolizar poemas
Borboletas são pastos de pássaros
Assim os poemas que se caibam crusoés.

Não fui feito para ser dono de poemas
Eles que se toquem e se materializem
Peles de pedras permitem leituras lacrimais.

Não fui feito nem para fazer poemas
Por isso nem cheira e nem freud a olaria
Apenas uso estoque de presenças jugulares.

Não fui feito eu mesmo. Sou poema
Bípele, cervejólo, bebemoro noiteadeiros
Quando ovulo sou fio-terra em alma nau.
-0-
Silas Correa Leite, Itararé-SP
E-mail: poesilas@terra.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

H2OUTROS - Letra de Rock Poema






H2OUTROS


A bomba que te espera
Não virá da estratosfera
Mas do lixo que produziste na primavera
Haverá na terra tanto aterro sanitário
Que até tu otário
Já era

A bomba que te virá
Do céu não irromperá
Mas do pão e mel que faltará
E a fome horrendo que será
A bomba atônita de tua era

Por fim e por fatal mágoa
A bomba da falta dágua
Onde um bilhão de humanagente é pouco
Dois bilhões de gados marcados entre porcos
E a bomba H 2 Outros

-0-

Letra

Silas Correa Leite

Poema da Série: H2OUTROS – Letras de Rock Poemas

E-mail:
poesilas@terra.com.br
www.portas-lapsos.zip.net

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Poema ao Poeta Silas Correa Leite, por Arine de Melo Jr




Ao Poeta
Silas Correa Leite:



Poema do Poeta

vida e morte,
um homem na rua.
sonho e realidade,
um homem no céu.
céu e morte,
inferno de um homem.
um poeta, a obscuridade,
além disso,
simbiose do meio,
meio alma, ouro,
meio ouro, nisso.
literomaníaco,
sem dilema, esforço,
formalidade ou gênero,
poeta primeiro...
alem disso,
nada, palavra sem veio.
poeta que é poeta,
vive, a serviço...


Arine de Mello Jr. 13/11/09

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A CURA - Poema Querendo Ser Letra de Rock



A Cura (Orbitação)
(Poema Querendo ser Letra de Rock)

A aspirina não cura a dor da consciência
A cocaína não bota luz na sua ausência
O ipod não vai te levitar
Range rede mas é só um som virtual
Que cura
É a sua loucura
Nessa entrevada procura?

O papo de bar é só uma luz no seu self
Igreja não vai substituir você de você
O humor é colírio no espírito
Ser feliz é muito mais que casual
Que paz
Que você corre atrás
Se mudanças em si não faz?

Fugir é sempre muito dentro da gente
Vegetar é um futuro ponto de interrogação
Morrer é de todo jeito
Só os imbecis são quimicamente felizes
Que razão
É a sua orbitação
Sem noção existencial?

-0-

Silas Correa Leite, Itararé-SP
E-mail:
poesilas@terra.com.br
www.itarare.com.brsilas.htm

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

AMY WINEHOUSE - Letra de Rock






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eles tentaram me fazer ir para a reabilitação

mas eu disse “não, não e não"

sim, eu já passei pelas trevas,

mas quando eu voltar

saberia-sei-saberei
eu não tenho tempo

e se meu pai acha que eu estou bem

ele tem tentado me fazer ir para a reabilitação

mas eu não vou-vou-vou
prefiro estar em casa com meu amor

eu não tenho setenta dias

porque não há nada

não há nada que você possa me ensinar

e não posso aprender com o psiquiatra

eu não tive um monte de aula

mas eu sei que não entro em uma redoma de vidro
eles tentaramme fazer ir para a reabilitação

mas eu disse “não, não, não"

sim, eu já passei pelas trevas,mas quando eu voltar

saberia-sei-saberei
eu não tenho tempo

e se meu pai acha que eu estou bem

ele tem tentado me fazer ir para a reabilitação

mas eu não vou-vou-vou
o doutor disse:"por que você acha que está aqui?"

eu disse: "eu não tenho idéia.eu vou, eu vou perder o meu bebê,então eu não quero uma garrafa por perto."

o doutor disse:"eu só acho que você está deprimida,beije-me aqui, baby, e vai descansar."
eles tentaramme fazer ir para a reabilitação

mas eu disse ”não, não e não"

sim, eu já passei pelas trevas, mas quando eu voltarsaberia-sei-saberei
eu não quero jamais voltar a beber

acabei, oh, eu só preciso de um amigo

eu não vou passar dez semanas pra todo mundo querer saber o que vou usar sobre o curativos
não é só o meu orgulhoa dor também seca minhas lágrimas

eles tentaram me fazer ir para a reabilitação

mas eu disse “não, não e não"sim, eu já passei pelas trevas,mas quando eu voltar saberia-sei-saberei
eu não tenho tempo e se meu pai acha que eu estou bem

ele tem tentado me fazer ir para a reabilitação

mas eu não vou-vou-vou


amy winehouse


(By Thadeu Wojciechowski)

domingo, 16 de agosto de 2009

Raul Seixas, Mosca na Sopa do Rock




Metamorfoses


Raul: Assim Seixas!


Trombadinha é a fome

(Pichado Num Muro in Sampa)



-A última vez que o vi, estava saindo da sede do então Diário Popular, o mesmo jeitão alumbrado, então o cumprimentei por educação – não sou do tipo fã histérico ou baba-ovo - mas o Raul Seixas simplesmente apertou a minha mão demoradamente e me deu um abraço, como se eu fosse da familia. Familia Contra Ataca?

-Pensei, discriminando, claro, com os meus botões: deve estar pirado, entrou numas. Ora, isso ele sempre foi em todos os sentidos e insurgências. Já pensou? Depois ouvi o blues lindo que ele fez quando internado numa clínica periferia s/a da vida. Correm as lendas.

-E vai uma: depois de procurar o que tomar, viu embaixo da pia de casa um litro meio que escondido de vinho. Mamou direto. Alguém da casa chegou e, vendo o caso vazio, reclamou na bucha: o vinho tava azedado, tinham guardado pra usar como vinagre. Ele, o Seixas Raul tomou o livro de vinagre inteirinho.

-Canções com letras-mantras. Com letras-protesto. Com letras-crônicas. Com letras que mesmo aqui e ali tachadas de birutas, davam sentido a voos músico-letrais. Ou lítero-musicais. Todo ele uma espécie mestiço tropical-latino de Zimermam-Dylan na fase woodstock. Será o impossível?

-A metamorfose ambulante que bagunçava as opiniões formadas sobre tudo, escamoteando os ouros de tolos. E os tolos de ouro da vida mumificada em regras, modismos e hipocrisias gerais... Era o roqueiro daqueles anos festivais-vernizes, típico mochileiro, maconheiro, festeiro e criticador de peso e quilate. Na veia.

-Raul Seixas criticou igrejinhas, teve a tchurma toda a favor, porque ele criticando no fazer arte era um, no dia-a-dia era uma flor, uma moça. Qualquer musica dele cantada por qualquer um, vira sucesso. Porque ele foi único no que fazia de rock pauleira para ser comestível entre pizzas e crushs. Pois é.

-Pouca voz e muita letra. Se surgisse hoje, estouraria. Pra época era vanguarda. O Brasil tem nele o melhor roqueiro, melhor que Rita Lee (que de ovelha negra pintou global, argh!), pré Cazuza, pré Legião, uma espécie adiantada de Cássia Eller de blue-jeans. Já pensou?

-Se fizesse teatro, seria Plinio Marcos. Se fosse poeta, seria Glauco Matoso. Se fosse fêmeo seria Elis da fase pimentinha ao deus-dará. Mas era único no gênero, figurinha carimbada.

-Sentado no trono de seu apartamento, tinha idéias, corria compor, tava escrita a letramusica. Amigão, tinha momentos de recolhimentos, encucava essas e outras estações, mas, pan-arteiro, sabia que em tudo havia arte e ele tinha um seu próprio filão. Sorte da MPB que com ele foi muito mais que MPB. Foi Música Popular Parabólica. Parabolizado. No entanto, muito mais do que parcialmente fervido, no frever dos ovos.

-Agora, mais do que nunca, o andam cantando em verso e prosa pelaí. Deve ser alguma coisa datada. Mas se você cansar da nova música popular brasileira, que não é nova, não é música, não é popular, não é brasileira, ouça o Raul. Se você penou com a fase neobossa nova das novelas globais, saque o Raul. Ou mãos ao álcool. Pior, se você cansou desses novos roqueiros bananas que viçam bigs brothers por aí, ouça o Raul e que o Raul seja, quero dizer, trocadilhando, Raul Seixas!

-Pra ser um puta roqueiro, tem que ouvir Raul Seixas primeiro. Dá saudades. Para não dizer que não falei de flores, como é que pode morrer tão cedo? Por essas e outras, perdemos a cabeça estrambólica dele que dava o que falar, o que não falar, o que assinar embaixo, cantando refrões e letras diferenciadas.A Mosca da sopa das brasileiranças ufanistas pra curtume
-Um saradíssimo porra-louca, fazendo carnavales com guitarras e algo entre Hawai e Índia. Hawaíndia? Como cabeças & mentes marcam, fazem falta, ele ainda será cantado por tantas gerações futuras. Da que veio geração tubaína, passou pela geração coca cola, e agora cai no diapasão da Geração Teflon, que esquenta mas não quer realmente aderência. Tensão para exatidão, diria Paul Valery.

-Raul Seixas se foi pra ficar

-Assim Seixas!

-0-

Silas Correa Leite, Letrista-compositor de rocks, blues e baladas inéditas
E-mail:
poesilas@terra.com.br - Blogue: www.portas-lapsos.zip.net
Autor de O HOMEM QUE VIROU CERVEJA, Crônicas Hilárias de um Poeta Boêmio – Giz Editorial, SP, no prelo, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador Bahia 2009

Raul Seixas, Mosca na Sopa do Rock



Metamorfoses


Raul: Assim Seixas!


Trombadinha é a fome

(Pichado Num Muro in Sampa)



-A última vez que o vi, estava saindo da sede do então Diário Popular, o mesmo jeitão alumbrado, então o cumprimentei por educação – não sou do tipo fã histérico ou baba-ovo - mas o Raul Seixas simplesmente apertou a minha mão demoradamente e me deu um abraço, como se eu fosse da familia. Familia Contra Ataca?

-Pensei, discriminando, claro, com os meus botões: deve estar pirado, entrou numas. Ora, isso ele sempre foi em todos os sentidos e insurgências. Já pensou? Depois ouvi o blues lindo que ele fez quando internado numa clínica periferia s/a da vida. Correm as lendas.

-E vai uma: depois de procurar o que tomar, viu embaixo da pia de casa um litro meio que escondido de vinho. Mamou direto. Alguém da casa chegou e, vendo o caso vazio, reclamou na bucha: o vinho tava azedado, tinham guardado pra usar como vinagre. Ele, o Seixas Raul tomou o livro de vinagre inteirinho.

-Canções com letras-mantras. Com letras-protesto. Com letras-crônicas. Com letras que mesmo aqui e ali tachadas de birutas, davam sentido a voos músico-letrais. Ou lítero-musicais. Todo ele uma espécie mestiço tropical-latino de Zimermam-Dylan na fase woodstock. Será o impossível?

-A metamorfose ambulante que bagunçava as opiniões formadas sobre tudo, escamoteando os ouros de tolos. E os tolos de ouro da vida mumificada em regras, modismos e hipocrisias gerais... Era o roqueiro daqueles anos festivais-vernizes, típico mochileiro, maconheiro, festeiro e criticador de peso e quilate. Na veia.

-Raul Seixas criticou igrejinhas, teve a tchurma toda a favor, porque ele criticando no fazer arte era um, no dia-a-dia era uma flor, uma moça. Qualquer musica dele cantada por qualquer um, vira sucesso. Porque ele foi único no que fazia de rock pauleira para ser comestível entre pizzas e crushs. Pois é.

-Pouca voz e muita letra. Se surgisse hoje, estouraria. Pra época era vanguarda. O Brasil tem nele o melhor roqueiro, melhor que Rita Lee (que de ovelha negra pintou global, argh!), pré Cazuza, pré Legião, uma espécie adiantada de Cássia Eller de blue-jeans. Já pensou?

-Se fizesse teatro, seria Plinio Marcos. Se fosse poeta, seria Glauco Matoso. Se fosse fêmeo seria Elis da fase pimentinha ao deus-dará. Mas era único no gênero, figurinha carimbada.

-Sentado no trono de seu apartamento, tinha idéias, corria compor, tava escrita a letramusica. Amigão, tinha momentos de recolhimentos, encucava essas e outras estações, mas, pan-arteiro, sabia que em tudo havia arte e ele tinha um seu próprio filão. Sorte da MPB que com ele foi muito mais que MPB. Foi Música Popular Parabólica. Parabolizado. No entanto, muito mais do que parcialmente fervido, no frever dos ovos.

-Agora, mais do que nunca, o andam cantando em verso e prosa pelaí. Deve ser alguma coisa datada. Mas se você cansar da nova música popular brasileira, que não é nova, não é música, não é popular, não é brasileira, ouça o Raul. Se você penou com a fase neobossa nova das novelas globais, saque o Raul. Ou mãos ao álcool. Pior, se você cansou desses novos roqueiros bananas que viçam bigs brothers por aí, ouça o Raul e que o Raul seja, quero dizer, trocadilhando, Raul Seixas!

-Pra ser um puta roqueiro, tem que ouvir Raul Seixas primeiro. Dá saudades. Para não dizer que não falei de flores, como é que pode morrer tão cedo? Por essas e outras, perdemos a cabeça estrambólica dele que dava o que falar, o que não falar, o que assinar embaixo, cantando refrões e letras diferenciadas.A Mosca da sopa das brasileiranças ufanistas pra curtume
-Um saradíssimo porra-louca, fazendo carnavales com guitarras e algo entre Hawai e Índia. Hawaíndia? Como cabeças & mentes marcam, fazem falta, ele ainda será cantado por tantas gerações futuras. Da que veio geração tubaína, passou pela geração coca cola, e agora cai no diapasão da Geração Teflon, que esquenta mas não quer realmente aderência. Tensão para exatidão, diria Paul Valery.

-Raul Seixas se foi pra ficar

-Assim Seixas!

-0-

Silas Correa Leite, Letrista-compositor de rocks, blues e baladas inéditas
E-mail:
poesilas@terra.com.br - Blogue: www.portas-lapsos.zip.net
Autor de O HOMEM QUE VIROU CERVEJA, Crônicas Hilárias de um Poeta Boêmio – Giz Editorial, SP, no prelo, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador Bahia 2009